A avaliação de desempenho é algo tão subjetivo, perigoso e sujeita a desvios culturais que deveria ser regulamentada por lei federal e os usuários deveriam portar algum tipo de licença.

É subjetiva porque sempre estará contaminada pela visão muito pessoal do avaliador em relação ao avaliado. Mesmo que ele jure, com lágrima nos olhos, o contrário. É da natureza humana. É a tal da química. Se, historicamente, o avaliado não se dá bem com o avaliador, independentemente do que aconteceu no período, ele já entra em campo sem o apoio da torcida e, muito provavelmente, com alguns gols contra. É duro virar o jogo nestas condições.

A avaliação é perigosa porque pode acabar com a carreira de algum incauto. Mesmo que seja definida como uma ferramenta, deve ser entendida como uma arma. É um tipo de licença para matar em forma de formulário.

Há um terceiro problema que contamina as avaliações. Desta vez se trata do problema cultural: detestamos dar más notícias, portanto, temos muita dificuldade em fazer avaliações objetivas, principalmente, honestas. Basta olhar no nosso dia-a-dia: foi mal atendido? Não volta na loja, mas nunca reclama! No máximo solta um comentário entre os dentes que pretende ser uma reclamação, mas que nem o emissor escuta. Além disto, você imagina que sua linguagem corporal será suficiente.

As boas empresas sabem de tudo isto e tentam, da melhor maneira possível, minimizar estes problemas, mesmo sabendo de antemão que nunca serão totalmente eliminados, pois há grande resistência a tornar tudo transparente e por um pouco de ordem no processo.

É bom lembrar que ao fazer uma avaliação transparente e estruturada, o avaliador estará perdendo parte do espaço para a subjetividade e, no fundo, também estará sendo avaliado. Acreditem, isso incomoda muito!

Por isso, dependendo da Organização e da falta de maturidade dos líderes, poderá aparecer um surto de pânico cada vez que se inicie uma tentativa de padronização. É mais ou menos a mesma reação dos altos dirigentes de futebol cada vez que se fala em por câmaras nos campos de futebol para auxiliar o juiz e os bandeirinhas. Medo, muito medo!


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